21 setembro 2007

Oração Pagã

Tu és Deus e eu sou a fantasia
Pouco mais sei
Mas acordo e procuro o Sol














Outrora os poetas abriram caminhos aos ideais.
Hoje, se há ideais, de certeza que estiveram lá outros primeiro.
Os poetas foram os últimos a chegar.


São rústicas as pedras do muro que me envolve.
Mas esse muro tem pedras ancestrais e musgo
Mais pequenas plantas
A poesia está dentro de tudo e à frente de tudo


A poesia estará, sempre, dentro de tudo
e à frente de tudo. E a poesia não são só os poetas
Nem só o que escrevem. A poesia é o grande imaginário
que faz bater os corações sublimes.
A poesia respira com o pulsar das glórias naturais.
Mais o amor. Mais o hedonismo das formas e dos desejos magistrais.
Mais a arquitectura das ciências.

















A esperança está, como sempre, no sofrimento.
E o sofrimento levantará as pessoas e as nações.
Apesar do medo. Apesar do efeito das anestesias.
Apesar das tentativas de mudança dos códigos genéticos.
Apesar da globalização da cultura.


É difícil anunciar utopias. Proclamar ideais. Tudo se tornou demasiado técnico.
Por que esperam, então, os poetas?
Não é, mesmo, a sua vez de avançar?
De dizer presente como antes outros o fizeram?


A esperança está, como sempre esteve, no sofrimento.














Porque tudo na vida pode ser um filme, tudo na vida pode ser Como no Cinema

Como no Cinema
Oração Pagã

Pela primeira vez disponível na Internet:
DOWNLOAD

Textos e voz:
Mário Máximo

Música:
Peace Orchestra
Arvo Part
Gavin Bryars
Chorus & Philharmonic Estonian Orchestra
Hilliard Ensemble
Valdir Anderson
Steve Reich
Laurie Anderson & Arto Lindsay
Brian Eno & David Byrne
David Sylvian & Robert Fripp

Assistência técnica:
Alexandrina Guerreiro

Produção; Montagem (em directo) e Realização:
Francisco Mateus

Tempo total: 36:23 min

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Próxima emissão (última): «O Deserto»