Como no Cinema: O Deserto

Que procura o viajante ao percorrer a sua pátria?
O lugar do seu nascimento ou do seu fim?
Talvez procure o seu destino
Talvez o seu destino seja procurar

Sou como ele… o deserto
É a sua vastidão infinita que mais me atrai
O seu carácter inóspito e limpo
O deserto é tão vasto quanto a própria morte
Por isso nos puxa insensivelmente

À minha frente, rigorosamente a um passo… o deserto
O deserto já não se traduz pela revolta
O grito ou a indiferença pelo sentido

Uma ausência inelutável
Uma estética fria
De exteriorização e da distância
Mas nunca da distanciação

Talvez outra escrita
Arabescos
Linhas rectas
Raiz quadrada
E o algarismo, o número
O azulejo

Ou talvez
Estrela a estrela
À noite, quando vejo
Que só eu e o céu

Ou ninguém

Porque tudo na vida pode ser um filme, tudo na vida pode ser Como no Cinema

Como no Cinema
O Deserto

Pela primeira vez disponível na Internet:
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Vozes:
Fernando Alves
Aníbal Cabrita
Francisco Amaral
Inês Meneses
Baby Sandy & Mister-X

Textos:
Octávio Paz
Gilles Lipovetsky
Albert Camus (L'Étranger)
Manuel Alegre

Música:
Maurice Jarre (Lawrence of Arabia)
Gabriel Yared & Marta Sebestien
Baaba Maal
Kudsi Erguner
Banga
Abdul Aziz El-Sayed
Antranik Askarian
Khatchadour Khatchaturian
Sussan Deihim & Richard Horowitz (Desert Equations Azax Attra)
Steve Reich (Desert Music)

Assistência Técnica:
Paulo Canto e Castro
Pedro Vieira
André Tenente

Colaboração especial:
Hugo Dolores

Sons do filme «Lawrence of Arabia» (David Lean 1962)
Vozes actores:
Peter O’ Toole
Omar Sharif
Arthur Kennedy
Anthony Quinn

Outros textos; Produção; Montagem (em directo) e Realização:
Francisco Mateus

Tempo total: 43:32 min

-Do we rest here?

-There is no rest now short of water. The other side of that.

-And how much of that is there?

-I’m not sure. But however much, it must be crossed before tomorrow’s sun gets up.
This is the sun’s anvil.