Alentejo
Folheia-se o caderno e eis o sul
E o sul é a palavra. E a palavra
Desdobra-se
No espaço com suas letras de
Solstício e de solfejo
Além de ti
Além do Tejo
Verás o rio e talvez o azul
Não o de Mallarmé: soma de branco e de vazio
Mas aquela grande linha onde o abstracto
Começa lentamente a ser o
Sul
Outro é o tempo
Outra a medida
Tão grande a página
Tão curta a escrita
Entre o achigã e a perdiz
Entre chaparro e choupo
Tanto país
E tão pouco
Solidão é companheira
E de senhor são seus modos
Rei do céu de todos
E de chão nenhum
À sombra de uma azinheira
Há sempre sombra para mais um
Na brancura da cal o traço azul
Alentejo é a última utopia
Todas as aves partem para o sul
Todas as aves: como a poesia
Porque tudo na vida pode ser um filme, tudo na vida pode ser Como no Cinema
Como no Cinema
Alentejo
Pela primeira vez disponível na Internet:
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Vozes:
Fernando Alves
Baby Sandy & Mister-X
Custódia Inácia Silva
Textos:
Manuel Alegre (Alentejo e ninguém)
Depoimentos:
Cidadãos anónimos em Beja
Música/Sons/Registos/Cante:
Michel Giacometti & Fernando Lopes Graça
Janita Salomé
Vitorino
Grupo Coral e Etnográfico Os Ceifeiros de Pias
Ganhões de Castro Verde
José Francisco Colaço Guerreiro
Francisco Lança
Assistência Técnica:
Pedro Vieira
José Guerreiro
João Félix
Paulo Dias
Paulo Canto e Castro
Paulo Jorge Guerreiro
Colaboração especial: Vírginia Marques
Sons tradicionais recolhidos em Évora, Beja, Pias, Monte das Flores, Cuba, Pêro Guarda, Campo Maior, Baleisão, Serpa e Cercal do Alentejo
Produção; Montagem (em directo) e Realização:
Francisco Mateus
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Próxima emissão: «Ode Marítima»
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