Billie Holiday
Este é o filme de uma vida, que teve tanto de artística como de amargurada. É o filme de uma voz, que de viva voz, conta a sua história de vida.
A minha mãe e o meu pai eram ainda duas crianças quando se casaram. Ele tinha dezoito, ela tinha dezasseis e eu três anos.
A minha mãe trabalhava como criada de uma família branca. Quando descobriram que estava grávida correram com ela. A família do meu pai também ficou muito chocada quando soube. Eles eram gente de sociedade e em East Baltimore, onde viviam, essas coisas nunca aconteciam.
Mas os dois miúdos eram pobres. E quando se é pobre amadurece-se depressa.
Nem sei como a minha mãe não acabou a vida numa casa de correcção e eu filha de pais incógnitos e abandonada. Mas Sadie Fagan já me tinha amor, ainda eu lhe dava pontapés nas costelas enquanto ela lavava chãos. Ela foi para o hospital e fez um acordo com a encarregada – para pagar o nosso parto ofereceu-se para lavar o chão e ser criada das outras tipas que lá iam ter os filhos. E conseguiu.
A minha mãe tinha treze anos quando eu nasci naquela quarta-feira, dia 7 de Abril de 1915, em Baltimore.
Quando ia trabalhar as outras raparigas chamavam-me Duquesa e diziam: «Olha para ela, está convencida que é uma senhora!»
Ainda não tinha o título de Lady Day, mas foi aí que começaram a chamar-me «Lady».
Porque tudo na vida pode ser um filme, tudo na vida pode ser Como no Cinema
Como no Cinema
Billie Holiday
Pela primeira vez disponível na Internet:
DOWNLOAD
Narração:
Inês Meneses
Textos:
Billie Holiday
Canções:
(Apresentação ao vivo no Storyville)
God Bless The Child
Lady Sings The Blues
Sophisticated Lady
I Cover The Waterfront
A Fine Romance
Autumn In New York
P.S. I Love You
Strange Fruit
My Man
Assistência Técnica:
Alexandrina Guerreiro
Produção; Montagem (em directo) e Realização:
Francisco Mateus
Tempo total: 42:34 min
Esta é uma emissão em homenagem a Billie Holiday. Trata-se de um remake de uma emissão, muito semelhante na estrutura e na forma, que realizei em 1992 na extinta RSS-Rádio Sul e Sueste (Barreiro). Na altura assinalava-se o aniversário de Lady Day. A voz que então narrou a autobiografia de Billie Holiday "Lady Sings The Blues" foi a da minha querida colega Paula Magalhães. Quase dez anos depois, na TSF, a voz narradora que convidei foi a da minha também muito querida colega Inês Meneses. Curiosamente, estas duas excelentes vozes da rádio estão actualmente a trabalhar juntas nas manhãs da Radar. Espero um dia poder disponibilizar aqui essa primeira emissão sobre Billie Holiday. Foi especial. Espero também ainda um dia ter a oportunidade de voltar a trabalhar com estas duas grandes profissionais. Guardo delas as melhores memórias nos largos anos em que trabalhámos nas mesmas rádios.
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Próxima emissão: «Doença»
A minha mãe e o meu pai eram ainda duas crianças quando se casaram. Ele tinha dezoito, ela tinha dezasseis e eu três anos.
A minha mãe trabalhava como criada de uma família branca. Quando descobriram que estava grávida correram com ela. A família do meu pai também ficou muito chocada quando soube. Eles eram gente de sociedade e em East Baltimore, onde viviam, essas coisas nunca aconteciam.
Mas os dois miúdos eram pobres. E quando se é pobre amadurece-se depressa.
Nem sei como a minha mãe não acabou a vida numa casa de correcção e eu filha de pais incógnitos e abandonada. Mas Sadie Fagan já me tinha amor, ainda eu lhe dava pontapés nas costelas enquanto ela lavava chãos. Ela foi para o hospital e fez um acordo com a encarregada – para pagar o nosso parto ofereceu-se para lavar o chão e ser criada das outras tipas que lá iam ter os filhos. E conseguiu.
A minha mãe tinha treze anos quando eu nasci naquela quarta-feira, dia 7 de Abril de 1915, em Baltimore.
Quando ia trabalhar as outras raparigas chamavam-me Duquesa e diziam: «Olha para ela, está convencida que é uma senhora!»
Ainda não tinha o título de Lady Day, mas foi aí que começaram a chamar-me «Lady».
Porque tudo na vida pode ser um filme, tudo na vida pode ser Como no Cinema
Como no Cinema
Billie Holiday
Pela primeira vez disponível na Internet:
DOWNLOAD
Narração:
Inês Meneses
Textos:
Billie Holiday
Canções:
(Apresentação ao vivo no Storyville)
God Bless The Child
Lady Sings The Blues
Sophisticated Lady
I Cover The Waterfront
A Fine Romance
Autumn In New York
P.S. I Love You
Strange Fruit
My Man
Assistência Técnica:
Alexandrina Guerreiro
Produção; Montagem (em directo) e Realização:
Francisco Mateus
Tempo total: 42:34 min
Esta é uma emissão em homenagem a Billie Holiday. Trata-se de um remake de uma emissão, muito semelhante na estrutura e na forma, que realizei em 1992 na extinta RSS-Rádio Sul e Sueste (Barreiro). Na altura assinalava-se o aniversário de Lady Day. A voz que então narrou a autobiografia de Billie Holiday "Lady Sings The Blues" foi a da minha querida colega Paula Magalhães. Quase dez anos depois, na TSF, a voz narradora que convidei foi a da minha também muito querida colega Inês Meneses. Curiosamente, estas duas excelentes vozes da rádio estão actualmente a trabalhar juntas nas manhãs da Radar. Espero um dia poder disponibilizar aqui essa primeira emissão sobre Billie Holiday. Foi especial. Espero também ainda um dia ter a oportunidade de voltar a trabalhar com estas duas grandes profissionais. Guardo delas as melhores memórias nos largos anos em que trabalhámos nas mesmas rádios.
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Próxima emissão: «Doença»
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